quarta-feira, agosto 11, 2004

O cajado do Ti Manel

Longe de ti, longe de mim.
Inconstante em qualquer lugar.
Tantas noites passei assim. Ancioso por nunca chegar. Mais que nunca e agora como dantes, enfrento os monstros que criei. Janelas do Universo, ventos frios de secar e queimar a pele vindos do mar numa foz qualquer, fazem-se em brisas!
No alto do monte o relaxe sobre a terra castanha, marca na memória de alguns, marca no espaço de todos, um momento nos tempos de outrora que constrúo hoje. A montanha, os campos e o mar. Sabores do passado, deliciados no presente em investidas do futuro.
O despertar matinal ao som das galinhas e dos animais da quinta, a névoa branca que sobra da noite paira sobre a terra revolvida numa lentidão de espessura. Soltam-se os sons da Natureza e os dos Homens que gostam. Passeiam-se as crias e os filhos na aragem da manhã por um pinhal adubado pelas vacas, passa o tractor lentamente pelas areias soltas, respira-se por todo o lado. Mostradas em côres a quem quer e pode ver, todo o resto fica de sobra para tráz e para a frente sem sequer pensar nem no presente. A alegria transforma-se facilmente em euforia na partida de um novo dia.
Acordam-se os mais mandriões do pelotão da noite e lentamente movendo-se no mastigar dos primeiros alimentos, conservam-se ainda em conversas na linguagem dos sonhos. É muito cedo para aqui, muito tarde para ali. Entendam-se em toda a balbúrdia.
Todos sabemos quem somos, agora...
Ser o que sabemos!?...
Vivam as folias da vida.

Algures neste milénio